O Ciclo Pascal que compreende a Quaresma,
a Semana Santa, o Tempo Pascal propriamente dito, e encerra-se com o Pentecostes.
No século IV,
desenvolveu-se a tradição de reviver e refletir de um modo mais sistematizado,
os momentos da paixão, isso deu origem às celebrações da Semana Santa.
Desde o século III as vésperas da Páscoa já eram dias de reflexão. Os catecúmenos
que por dois anos vinham sendo preparados, agora eram acompanhados por
toda a comunidade. Inspirando-se nos quarenta dias de preparo de Jesus para
seu ministério, nasceu o período da quaresma. Assim, em torno da celebração
da morte e ressurreição de Jesus, desenvolveu-se todo o Ciclo Pascal do
Calendário Litúrgico Cristão, marcado pela penitência e confissão, mas
também pela alegria e exultação do crucificado e ressuscitado.
No ciclo da páscoa somos convidados a reviver a caminhada pascal
do Senhor Jesus. A força do seu Espírito nos enche de alegria, para cantarmos a
vitória enquanto ainda lutamos.
A Quaresma é o período no qual se enfatiza
a importância da contrição, do preparo e da conversão. Inicia-se no quadragésimo
dia antes da Páscoa (não se contam os domingos). O início na Quarta-feira
de Cinzas retoma à tradição bíblica do arrependimento com cinzas
e vestes de saco (Jn 3.5 – 6). É um momento oportuno para refletir sobre a
confissão e o valor do perdão de Deus.
Na quaresma, lembramos os quarenta anos do povo de Deus no
deserto e revivemos os quarenta dias de deserto que Jesus viveu, preparando-se
para a sua missão. É tempo de nos consagrarmos mais à escuta da palavra de
Deus, à oração e ao maior domínio de nós mesmos, para nos converter ao Cristo e
ao seu reino. Deixando de lado tudo o que ficou para trás, dediquemo-nos à
oração e, "na alegria do Espírito Santo, esperemos a santa páscoa"
(Regra de São Bento).
Quarenta dias
de Jesus no deserto (Mt 4.2; Lc 4.1ss);
Quarenta dias
de Moisés no Sinai (Êx 34.28);
Quarenta anos
do povo no deserto (Êx 16.35);
Elias em direção
ao Horeb (1Rs 19.8).
Principais celebrações
Quarta-feira de cinzas; 1º, 2º, 3º, 4º e 5º domingos da
quaresma; domingo de ramos;
missa dos santos óleos; celebrações penitenciais; celebrações
catecumenais; ofícios cotidianos, como meio de intensificar a oração.
Símbolos
A cor roxa, as cinzas e a cruz lembram o caráter de penitência e
conversão. O jejum (com cabeça perfumada) nos convida a dar mais atenção à
palavra de Deus. A campanha da fraternidade pede para caracterizar o esforço
comunitário de conversão por meio de um serviço bem concreto e de gestos de
solidariedade.
A Semana Santa tem início no Domingo
de Ramos, celebração de Cristo como o Messias, salvador dos pobres, o
rei dos humildes. Reflete-se, nessa semana, passo a passo, os últimos momentos
da vida de Jesus.
Este é o momento
da vigília de preparo para a ressurreição.
Sua espiritualidade
chama-nos a atenção para os momentos finais de Jesus até o ápice de sua
paixão:
A Santa Ceia (Mt
26.17 – 30);
O Lava-pés (Jo
13.1 – 17);
Jesus no Getsêmani
(Mt 26.36 – 46; Mc 14.26 – 31);
O julgamento,
sepultamento e a crucificação (Mt 27; Mc 15; Lc 23; Jo 19).
A Páscoa¸ propriamente, é a festa da ressurreição
e da libertação. Um novo Êxodo ocorre, e a humanidade passa do cativeiro
da morte para a vida.
Sua solenidade
pode iniciar-se já na Quinta-Feira Santa (instituição da
ceia), que dá início ao chamado Tríduo
Pascal. Contudo a celebração da ressurreição começa com uma vigília
na noite de sábado encontrando sua plenitude no romper da aurora do Domingo
da Páscoa, quando Cristo é lembrado como o sol da justiça que
traz a luz da nova vida, na ressurreição.
O tríduo pascal é a celebração maior para as comunidades
cristãs. Na vitória de Jesus saboreamos a nossa própria vitória sobre as forças
da morte que imperam neste mundo. Também nos animamos uns aos outros a assumir
com garra e gosto a causa da vida, até que a páscoa definitiva, a libertação
completa aconteça no reino de Deus.
Duração
O tríduo pascal tem início com a comemoração da última ceia do
Senhor, na quinta-feira à noitinha, e termina com a celebração do domingo da
ressurreição.
A espiritualidade
norteadora da Páscoa aponta para a ressurreição nos mais variados relatos
das comunidades do século I d.C.:
A ressurreição
(Mt 28.1 – 20; Mc 16.1 – 8; Lc 24.1 – 12; Jo 20.1 – 18; At 1.14);
Cânticos Pascais
(Sl 113 ao 118 e Êx 12).
Entre os
hebreus, era comum a celebração da chamada “festa das semanas” ou Pentecostes, isso porque ela se dava sete
semanas, ou cinqüenta dias, após a Páscoa. Nela, o povo dava graças ao
Senhor pela colheita. Mais tarde, adquiriu mais uma dimensão celebrativa, a
da proclamação da lei (instrução) no Sinai, cinqüenta dias após a libertação
do Egito.
Na era cristã, o
Pentecostes tornou-se o último dia do ciclo pascal, quando celebra-se a chegada
do Espírito Santo como aquele que atualiza a presença do ressuscitado
entre nós, dando força para que as comunidades sejam testemunhas de Jesus
na história.
A espiritualidade
que nos orienta nesse período fala da presença consoladora do Espírito que
semeia nos corações a esperança do Reino de Deus e nos impulsiona para a
missão:
Festa das semanas
(Êx 34.22; Lv 23.15);
Jesus promete o
Consolador (Jo 16.7);
Jesus ressuscitado
sopra seu Espírito (Jo 20.22);
A chegada do
Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2).
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